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História da moda: Fashion Week

Algumas vezes por ano, o mundo da moda se mobiliza em diversos destinos globais para uma semana de desfiles, street style e novidades que prometem dominar as próximas temporadas. Das principais capitais, Nova Iorque, Londres, Milão e Paris, até à cool Copenhagen, sem esquecer da nossa São Paulo, as fashion weeks são partes fundamentais da indústria, fonte inesgotável de inspiração e também de polêmicas. Mas você sabe quando o fenômeno começou? Como funciona? Os bastidores por trás do calendário disputado? Pois é exatamente isso que a gente conta a seguir na nossa #STEALTHECLASS Fashion Week

Foto: Shalom Harlow (Reprodução/Vogue Runway)

o que exatamente é uma fashion week

Durante mais ou menos uma semana por estação, as marcas e estilistas mais importantes de cada lugar mostram suas novas coleções de Outono/Inverno e Primavera/Verão em formato de desfile, vídeo ou apresentação. Por trás da badalação, o evento é importante para a indústria local, para a fomentação de novos negócios e para o setor econômico de cada país.

quem vai

O glamour da primeira fila é elevado através da presença de celebridades, influencers e dos principais editores. O público é na maior parte composto por profissionais da indústria. Para os buyers — ou seja, compradores e colecionadores —, é oportunidade de conferir as coleções de perto e fazer suas escolhas. Para editores e imprensa, é a chance de analisar as tendências emergentes e descobrir novos talentos, já para clientes fiéis, é uma forma de prestígio e recompensa pela fidelidade à marca, além do valioso networking que é relevante para todos os envolvidos.

qual é o objetivo?

A maioria dos desfiles duram de 7 a 15 minutos, mas tem o poder de transportar a plateia para outro planeta. Desfiles contam a história da coleção e são a forma ideal de apresentar a narrativa do designer. Começando pelo convite, passando pelo perfil dos convidados, local escolhido, casting, trilha sonora e iluminação, todos elementos são cuidadosamente pensados para transmitir a mensagem daquela temporada em uma experiência multissensorial. Com o crescimento das mídias sociais, os desfiles também foram se tornando cada vez mais instrumentais em gerar atenção e burburinho para a marca, culminando em mídia espontânea e momentos virais que resultam também em sucesso comercial.

a origem

Charles Frederick Worth é considerado o pai da alta-costura e foi ele, ainda no século XIX, quem teve a ideia de mostrar as criações da sua ‘House of Worth‘ em modelos, ao invés de manequins. No início do século passado, nomes como Paul Poiret continuaram o hábito em eventos glamourosos e temáticos que se confundiam com festas.

Os anos 20 marcam o início da era de ouro da couture dominado por três mulheres fantásticas, Coco Chanel, Elsa Schiaparelli e Madame Vionnet. Elas repensaram o formato, com ocasiões mais exclusivas, apenas para convidados em proposta intimista, fotógrafos eram banidos pelo medo de cópia. Pequenas e feitas apenas para as clientes de cada maison, formato bem diferente do coletivo que acabaria se tornando Fashion Week.

Atelier Charles Worth -     - Fashion Week - Primavera - Foto antiga de uma mulher em um atelier de moda - https://stealthelook.com.br

Foto: Atelier Charles Worth (Reprodução)

o início

A primeira organização em torno de um período específico ocorreu em Nova Iorque em 1943. Idealizada pela lendária relações públicas Eleanor Lambert, inicialmente chamada de “Press week” ou “Semana da Imprensa”, foi motivada pela segunda guerra e a impossibilidade de viajar à Europa para ver as coleções resultando também em uma vontade de prestigiar e fomentar os talentos locais. 

Paralelamente em 1945, com a criação do Chambre Syndicale De La Haute Couture, as marcas de alta-costura passaram a organizar desfiles de maneira ordenada. Em 1947, Christian Dior apresentou a histórica coleção onde introduziu a silhueta “new look“, o desfile revolucionou a moda e foi um dos primeiros a permitir a presença de fotógrafos.

Nos anos 60, com o crescimento do prêt-à-porter, os desfiles tornam-se frequentes e cada vez mais especiais.

o calendário

Duas vezes por ano, ocorrem os desfiles de prêt-à-porter feminino, durante o fashion month — apelido dado aos meses que reúnem as 4 principais capitais da moda — sempre na mesma ordem de Nova Iorque, Londres, Milão e Paris, com Outono/Inverno apresentado em Fevereiro e Março e Primavera/Verão em Setembro e Outubro. Coleções masculinas em Janeiro e Junho e alta-costura em Janeiro e Julho, está sendo realizada exclusivamente em Paris. Hoje em dia, várias outras cidades criaram suas próprias semanas de moda, além das semanas temáticas como a bridal fashion week, focada em noivas e a Miami swim week, destinada à moda praia.

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A pioneira é também considerada a mais comercial, com equilíbrio interessante entre nomes emergentes e marcas tradicionais como Ralph Lauren, Calvin Klein e Michael Kors. Tipicamente, as roupas mais usáveis e a influência de streetwear e athleisure, marcas registradas da moda made in USA, aparecem ao lado da polidez sofisticada da estética nova-iorquina.

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Considerada a mais vanguardista, é lá que muitos talentos tiveram suas primeiras chances — a capital é famosa por incentivar novos nomes e foi a primeira a transmitir desfiles ao vivo em 2010. Organizada pelo British Fashion Council, a edição londrina é a mais jovem do quarteto, tendo sido iniciada em 1984. Justamente por ser palco de tantos criadores estreantes, looks conceituais são comuns e a riqueza de propostas conta com nomes tradicionais como Burberry e queridinhos cult como J.W Anderson e Richard Quinn.

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Apesar de alguns desfiles de alta-costura serem realizados em Florença desde o início da década, foi em 1958 com a criação da Camera Nazionale della Moda Italiana que a semana de moda oficialmente nasceu e foi transportada para Milão, berço da indústria local. A excelência técnica e a riqueza da matéria-prima são marcas registradas da moda made in Italy e o maximalismo é destaque seja em versão kitsch intelectual como na Prada, no sex appeal da Versace ou na excentricidade da Gucci. 

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Considerada a mais importante, Paris é o epicentro da alta moda, os desfiles de alta-costura iniciaram em 1945, mas a semana de moda francesa começou em 1973 e foi inaugurada com a histórica “Batalha de Versalhes” — evento beneficente que reuniu os maiores nomes da moda americana e francesa em uma batalha com intuito de angariar fundos para a restauração do palácio de Versalhes.

É a mais glamourosa e disputada, representando a moda como sonho e também concentra os maiores nomes do alto luxo como Chanel, Dior, Valentino, Balenciaga e Givenchy.

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A capital da Dinamarca é a Gen-Z do grupo, já que nasceu em 2006. Ela conquistou espaço nos últimos tempos devido à uma combinação de fatores como às ambiciosas iniciativas sustentáveis — a CPHFW deve se tornar a primeira fashion week zero waste em 2023 — e ao interesse cada vez maior na estética escandinava com a ascensão de marcas como Ganni e Acne Studio e influenciadores da região como Pernille Teisbaek e Matilda Djerf. A semana dinamarquesa ocorre em Janeiro/Fevereiro e Agosto e dura 4 dias.

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Idealizada por Paulo Borges em 1995, a nossa Fashion Week já foi conhecida como Morumbi Fashion e Phytoervas Fashion até ser batizada com o nome atual. É o maior evento de moda da América Latina e vem sempre se reinventando.

desfiles espetáculos

Em inglês, desfiles são chamados de ‘show’ e o nome é especialmente apropriado para alguns dos grandiosos eventos e inovações já vistos nas passarelas de locais deslumbrantes, passando por cenários inacreditáveis à efeitos especiais, os desfiles-show são ferramenta valiosa para comunicar mensagens e servem como manifestos do DNA e identidade das marcas. 

Thierry Mugler era famoso por seu lado teatral e suas apresentações chegavam a durar 1 hora, contando até com apresentações ao vivo de nomes como Diana Ross. Em 1998, Yves Saint Laurent apresentou coleção em estádio de futebol uma hora antes da final da copa do mundo de futebol, o evento foi transmitido para 1.7 bilhões de pessoas.

Alexander McQueen depositava toda sua sensibilidade artística em momentos que transcendem o tradicional e deslumbrava pelos detalhes e magnitudes.

Karl Lagerfeld e as passarelas cinematográficas da Chanel que já foram transformadas em supermercado, jardim do palácio de Versalhes, aeroporto, praia, ou até contaram com as inusitadas presenças de um iceberg e de uma réplica da torre Eiffel.

a digitalização da fashion week

O impacto da tecnologia causou a maior evolução no formato das semanas de moda. Em 2010, Alexander McQueen foi o primeiro designer a mostrar ao vivo o desfile da coleção Platus Atlantis. Desde então, é comum poder assistir apresentações em tempo real através das redes sociais tanto em vídeos como em fotos. 

O movimento ganhou tração durante a pandemia da Covid19 devido à impossibilidade de realizar eventos presenciais com um número grande de criadores optando por experimentar formatos em vídeo, cada vez mais criativos. Com o avanço do metaverso, as inovações só devem aumentar.

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O artigo História da moda: Fashion Week foi publicado pelo Steal The Look.

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