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Ex-rei da Espanha enfrenta escândalo milionário com amante

A trama que envolve Juan Carlos I, rei emérito da Espanha, e sua ex-amante, Corinna Larsen, é novelesca. Juan Carlos I aproveitou-se de sua posição privilegiada para receber uma comissão não declarada e depositou o dinheiro na conta da amante em um banco suíço. Assim, além de não manchar o próprio nome, manteria intacta uma considerável quantia para quando se divorciasse da esposa e assumisse o romance com Larsen. Nem tudo, porém, saiu como o planejado: com o rompimento entre os amantes, ele agora a pressiona a devolver o dinheiro, enquanto ela alega ter sido um presente e o acusa de assédio moral.
O escândalo se justifica pelo montante: 100 milhões de dólares. Promotores de dois países associam esse valor a uma comissão paga pelo rei da Arábia Saudita a Juan Carlos, em troca do auxílio na diminuição do valor orçado por uma empresa espanhola para implantar o trem-bala de Meca. Revelado já há algum tempo, o caso foi um dos motivos para que o rei emérito da Espanha deixasse o país na surdina e se estabelecesse nos Emirados Árabes Unidos, antes que a polícia viesse em seu encalço.

A história voltou aos holofotes com a acusação de Corinna contra o ex-rei por assédio e difamação. O processo ocorre na justiça da Inglaterra, país para qual Larsen migou após deixar seu duplex em Mônaco, onde promovia contatos e negócios com milionários e aristocratas. De acordo com ela, o ex-amate a teria ameaçado caso não devolvesse o dinheiro que, na época, teria lhe sido dado como prova de “amor e afeto”. Ela também afirma ter sido pressionada pelo general Félix Sanz Roldán, na época diretor do secreto espanhol, a mando de Juan Carlos, com ameaças sobre a segurança dela e de seus filhos.
O maior prejudicado pelo escândalo é o rei Felipe VI, o filho correto de Juan Carlos I, que busca se distanciar da problemática imagem do pai. Diante da decadência cada vez maior de sua reputação e do risco de levar consigo a monarquia para a ruína, o ex-rei abdicou do trono em prol de seu filho. Diferentemente do pai, Felipe empenha-se na sustentação da imagem de um monarca moderno, com comportamento irretocável, motivo pelo qual renunciou publicamente à qualquer herança do pai

Nas monarquias constitucionais europeias, reis e rainhas têm papel meramente simbólico, sustentado por uma boa avaliação pública. Esse sistema se sustenta pela ideia de que o papel de chefe de Estado é mais respeitável se não envolver políticos.  O comportamento no mínimo questionável de Juan Carlos I pôs a prova o sistema na Espanha, onde já existe uma forte esquerda antimonarquista.

O artigo Ex-rei da Espanha enfrenta escândalo milionário com amante foi publicado pelo L'Officiel Brasil.

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