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Bonito, Mato Grosso do Sul: um cenário como nenhum outro

Quase não dá para acreditar que um dos roteiros mais bacanas do Brasil já tenha sido uma fazenda no começo do século 20. Emancipada em 1948, a cidade de Bonito, localizada a 300 quilômetros da capital, Campo Grande, é dona de belezas naturais, pontuadas por águas cristalinas e maciços calcários.

Graças ao cenário preservado e ao constante engajamento ambiental, o lugar, cravado em meio à Serra da Bodoquena, ganhou destaque no turismo nacional. Por ali é possível expe- rimentar mais de 50 atividades ao ar livre, como snorkeling, trilhas, rapel, mergulho, passeios de bike e cavalgadas.

Quem escolhe descobrir a região conta com excelente infraestrutura hoteleira – com mais de 8 mil leitos disponíveis –, guias capacitados e opções gastronômicas imperdíveis. Além disso, Bonito é um dos melhores exemplos de economia fixada no ecoturismo e no investimento de geração de renda de seus moradores. Vale planejar ficar por lá quatro ou cinco noites (no mínimo!).
Entre os meses de abril e setembro, por conta do clima mais seco, a flutuação é a pedida certa. As cachoeiras estão menos volumosas, o que garante o visual translúcido dos Rios da Prata, Formoso e Sucuri – que exibem cardumes curiosos e coloridíssimos (são mais de 50 espécies de peixes catalogadas só no Rio da Prata) e uma sensação única de acolhimento. Dá para imaginar a conectividade com o en- torno, na companhia de macacos-prego e lontras, enquanto você flutua levado pela correnteza? É realmente um momento especial. Ainda é possível testar as habilidades na tirolesa, no arborismo ou a bordo do boia cross no Parque Ecológico Formoso Adventure, mas é importante reservar os passeios com antecedência para atender às obrigatoriedades ambientais – parte das atrações fica dentro de propriedades privativas e possui regras de manejo e visitação diária limitada. Mesmo com ocupação total, a organização é tão cuidadosa que os grupos têm a sensação de ser os únicos por aquelas bandas. Ao fim de cada tour, os viajantes são convidados a degustar os quitutes que compõem a culinária regional, preparada no fogão a lenha, com ingredientes colhidos diretamente dos produtores orgânicos certificados (com menu de sobremesas maravilhoso).
Universo particular
Eleger um paraíso como refúgio traz ecorresponsabilidades redobradas, como usar a roupa de neoprene durante as flutuações, não desgrudar do guia e não se besuntar de repelente nem de protetor solar antes de entrar nos rios. Tudo em nome do bem-estar da “mãe natureza”.

Dito isso, faça uma pausa para conhecer o Abismo Anhumas, lugar para praticar mergulho e rapel a 23 quilômetros do centro urbano. A descida de 72 metros até o lago subterrâneo é feita por um mecanismo tracionado por cabos de aço e motor elétrico, a partir de uma fenda vertical, e leva somente cinco minutos. Ao tocar o solo, o visitante é convidado para um passeio de bote, e durante o percurso conhece os detalhes sobre o surgimento da gruta e sua floresta de cones de calcários. O sol não tem passe livre, mas consegue romper a escuridão da caverna no curto intervalo de dezembro a janeiro, em um feixe de luz hipnotizante. Ainda que a penumbra faça parte da paisagem, a cratera alagada garante visibilidade de até 60 metros de profundidade – com mergulhos indescritíveis (de snorkel ou de cilindro) –, fora a temperatura agradável de 18 graus e os milhares de anos esculpidos em estalactites e estalagmites.
Para quem procura por mais emoção, a boa da vez é a descida de 90 metros no cânion do Rio Salobra. O rapel da Boca da Onça é considerado o mais alto de plataforma do Brasil. Se sobrar fôlego, considere fazer uma trilha de 4 quilômetros – que passa por dez cachoeiras – até chegar à cachoeira Boca da Onça.

Com a adrenalina a mil, é hora de relaxar no Éden rebatizado de Lagoa Azul. A formação pré-histórica, que já foi fundo do mar, ostenta águas nos tons de azul transparentes que mudam de cor conforme o humor solar. O acesso é feito por 300 degraus – e nem pense em se refrescar nesse oásis, pois ele é meramente contemplativo. A lagoa guarda segredos e tesouros fossilizados, caso de um tigre-dentes-de-sabre e de uma preguiça-gigante. Outro cartão-postal que impressiona é o Buraco das Araras. A caminhada de 1 quilômetro ao redor de uma formação geológica de arenito revela um lago com ecossistema independente, povoado por jacarés e sucuris, além do habitat de mais de 50 casais de araras-vermelhas que cruzam o céu em revoadas despreocupadas e barulhentas.

Bonito entrega aos turistas um Brasil que se entendeu com o meio ambiente. Não há degradação, sujeira, poluição nem pressa. Leva ao pé da letra seu significado, em uma sinfonia que encanta os ouvidos, agrada aos olhos e entretém a mente. Impossível não querer voltar.

O artigo Bonito, Mato Grosso do Sul: um cenário como nenhum outro foi publicado pelo L'Officiel Brasil.

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