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Prada verão 2020: Simplicidade como antídoto a tempos de excesso

Feliz no simples

Após coleções onde trouxe de volta o icônico nylon Prada (que agora é ecológico) retrabalhado em diversas formas e peças – e que se tornou novamente hit nas ruas – e as referências à família Addams do último inverno, Miuccia vira o jogo mais uma vez ao apresentar sua coleção mais “simples” em tempos. Porém simples, em se tratando de Prada, não é o que se parece na superfície. Como diziam as notas do desfile, uma redução ao essencial. Um antídoto à complexidade.

A primeira impressão ao ver a modelo Freja Beha Erichsen abrindo o desfile com um cardigã de malha fina nervurado e saia abaixo dos joelhos sem nenhum elemento decorativo, rosto limpo e cabelos molhados e alisados para trás, foi de um retorno às raízes minimalistas da marca dos anos 90.

Freja abre o desfile da Prada / Cortesia

Freja abre o desfile da Prada / Cortesia

Mas o que se viu após os primeiros looks foi um twist de anos 20 e 70 e, aos poucos, os looks simples, alongados – de beleza e precisão únicas – que foram ganhando adornos de arabescos bordados em dourado ou prateado, hora na lateral de uma saia longa, hora nas mangas de um vestido levíssimo em gaze de seda, quase transparente. Um pouco de ouro e brocado nem faz tanto mal assim.

Ao final do desfile, cercada por dezenas de jornalistas, celebridades e amigos, Miuccia confessou: “neste momento em que tudo é excesso – muita moda, muitas roupas – tentei trabalhar a simplicidade, não a descartabilidade e que a mulher seja mais importante que a roupa”.

“neste momento em que tudo é excesso – muita moda, muitas roupas – tentei trabalhar a simplicidade, não a descartabilidade e que a mulher seja mais importante que a roupa”.

Vale lembrar que a Prada entrou para o grupo Fashion Pact, apresentado no último G7 no mês passado, prometendo tornar-se mais sustentável, ética e ecologicamente consciente em seus negócios. Falar agora de essencial, em oposição ao excesso, é mais do que nunca, coerente e necessário.

O cenário

Sala de desfiles da Prada / Cortesia

Sala de desfiles da Prada / Cortesia

A cenografia tem cada mais vez mais se tornado uma das notícias do desfile da Prada. Dessa vez, o cenário montado num galpão de estilo industrial dentro da Fondazione Prada, era composto por um labirinto de caminhos revestidos por azulejos em cores pastel que criavam padrões geométricos e que, visto de cima, lembravam os desenhos de ponto cruz ou aqueles padrões das antigas colchas de crochê e patchwork de nossas avós. A luz amarelada que entrava pelas janelas do prédio conferia ainda mais brilho para os azulejos e as colunas revestidas de dourado. Obra do escritório OMA, que tem assinado muitos projetos para a marca ao longo dos últimos 10 anos.

No som

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Frederic Sanchez, outro parceiro de longa data de Miuccia, criou uma trilha sonora atmosférica, recortando e misturando diversas faixas da banda francesa Air. No video acima, você pode acompanhar o desfile desde o momento que as pessoas entram na sala.

Na primeira fila

Entre os convidados, estavam Nicole Kidman, A$AP Rocky, a escritora e pensadora brasileira Djamila Ribeiro e o diretor Wes Anderson, que assina ao lado da ilustradora Juman Malouf a curadoria da exposição Il Sarcofago di Spitzmaus e Altri Tisori (que abre no dia 20 desse mês na Fondazione Prada).

Wes Andreson e a ilustradora (e esposa) Juman Malouf / Cortesia Prada e Getty Images

O artigo Prada verão 2020: Simplicidade como antídoto a tempos de excesso foi publicado pelo FFW.

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