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Precisamos falar sobre: online dating

Mal consigo expressar o quão chato é sair com pessoas desconhecidas pela primeira vez. Você tem que contar sua história de vida para uma pessoa totalmente nova, descobrir o que ela gosta e o que vocês têm em comum, ficar na expectativa de rolar uma química, se vale a pena beijar ou não. Uma despedida estranha e pensar em como manter contato ou se você sequer deseja manter contato… Tenho calafrios só de imaginar.

Mas o negócio é que: eu defendo totalmente a teoria de que o que tiver que ser, será. Mas também que você não precisa esperar sentada para conseguir o que quer. Tudo bem dar um empurrãozinho para o universo, né? Se você quer conhecer gente nova, fazer amizade ou até namorar, não dá para ficar sentada no sofá esperando que essa pessoa se materialize na sua frente.

Então você precisa sair, ser sociável ou… Fazer tudo isso online. E eu, tímida que sou, prefiro começar esse tipo de interação pela internet. E tenho certeza que muita gente também – pela timidez ou conveniência, a questão é que encontrei todas elas pelo celular.

Antes do Tinder eu tive apenas um date “comum”. Com 17 anos e no meu intercâmbio, ou seja, eu voltei para o Brasil e nunca mais o vi. Nada promissor. Comecei a faculdade e, como sempre fui muito focada nos estudos, o curso e o estágio tomavam todo meu tempo, eu não pensava muito em sair com outras pessoas (no sentido romântico da expressão). Só quando me formei e comecei a ter mais tempo para uma vida social/amorosa que percebi que eu nem sabia por onde começar. Então baixei o Tinder.

Depois de alguns meses de período de experiência e só descobrindo as pessoas do aplicativo (tinha pavor até de começar uma conversa com meus matches), tomei coragem e fui no meu primeiro encontro com um desconhecido. Ele me levou no paço municipal da cidade e ficamos sentados em um muro a noite toda. Aí tive minha primeira desilusão, não só pela escolha do local e pelo date ruim, mas também porque eu não quis ir para o carro dele, o que deixou o infeliz bravo, me deixando no ponto de ônibus. Sozinha. À noite. Não que eu esperasse um príncipe da Disney, mas acho que o mínimo de preocupação era válida, não?!

Alguns meses depois do trauma tentei de novo, meio contra minha vontade. Porque eu sou tímida, sim, mas também sou leonina e não perco uma oportunidade de flertar. E conversando com um cara que eu não tinha a menor intenção de conhecer pessoalmente, me vi encurralada em um date surpresa, já que ele decidiu do nada que iria até a minha cidade me ver. Long story short: o jogo virou, eu gostei do embuste e fiquei três anos em um rolo nada saudável.

Como nunca foi nada sério ou oficial – e porque eu tinha pavor de gostar de alguém e não queria aceitar a derrota -, continuei no aplicativo e saí com outros caras. Um virou meu amigo, o outro foi incrível, mas morava em outro estado, um não falou nada e apenas me encarou durante todo o date e o outro me disse que eu não tinha empatia porque não conseguia responder suas mensagens no horário de trabalho. Todos tão românticos quanto o meu gosto cinematográfico (eu curto uns filmes de terror).

Contabilizando uns nove dates de aplicativo, sempre saí no prejuízo e mesmo assim continuei tentando. E, por incrível que pareça, pelo menos no meu círculo social, eu sou um caso de sucesso no segmento online dating. Realmente, eu já me considero meio calejada. Já sei como vai ser o papo, já sei o que eles esperam de mim e já sei como contornar qualquer situação para que eu não fique vulnerável. Nem nervosa eu fico mais antes de sair com alguém. Eu só acho extremamente chato, porque nunca é nada novo.

Então eu fico nesse dilema. Já tenho 25 anos e nunca namorei, mas estou de saco cheio de tentar e sigo sem expectativas. É sempre igual e decepcionante e eu não sei como fazer isso mais interessante. Depois de muitos primeiros encontros, fica difícil ser otimista.

E nunca achei esse tipo de relação rasa. Sempre fiz amigos pela internet e já tive conexões muito fortes sem nem ao menos conhecer a pessoa pessoalmente. Mas hoje tudo precisa ser muito rápido, não dá tempo de elaborar uma opinião forte o suficiente porque tudo tem que ser pra ontem. Ninguém se dá ao trabalho de manter uma conversa, todo mundo quer correr pra te ver porque eles não estão realmente buscando uma conexão. Talvez eu esteja procurando isso no lugar errado?

A minha conclusão é que hoje eu prefiro fazer qualquer outra coisa do que ir em um date. Pode ser que eu continue no Tinder e siga flertando com desconhecidos, mas a animação acaba aí. O fato de ele ser um estranho, que eu não conheço, que não rolou uma faísca e que não tem nada sobre ele que faça meu coração bater mais forte são motivos suficientes para o desânimo. É difícil saber se eu vou me sentir bem perto dessa pessoa. Ela dificilmente segura uma conversa que possa me fazer sentir algo a mais. Tudo o que eu sei é que acho ela atraente e que ela viajou para a Europa graças às fotos do seu Instagram. Todo o resto só me faz ficar com um pé atrás de perder meu tempo em uma situação super desconfortável. É tudo sempre casual demais, descompromissado demais e eu me recuso a aceitar que sentar na calçada e tomar uma cerveja seja a definição de um date que vai fazer eu encontrar o amor da minha vida.

E por fim, contradizendo o começo desse post, eu decidi que o empurrãozinho talvez não me leve para o lugar que eu queria em primeiro lugar. Pode ser que tudo tenha dado errado para um dia dar muito certo, mas nesse meio tempo eu vou esperar o universo mandar alguém incrível aparecer na minha vida enquanto eu faço o que eu gosto e trabalho para ser quem eu quero ser. Pode ser que uma hora eu tenha que me esforçar para fazer dar certo, mas até essa hora chegar, não acredito que um desconhecido da internet valha tanto esforço assim.

O artigo Precisamos falar sobre: online dating foi publicado pelo Steal The Look.

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